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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

ONGS e saúde: essa parceria funciona!

Autores: Mastroiani Rodrigues Costa  Araújo (aluno da Faculdade de Medicina da UFMG) Natália Lelis Torres (Aluna de Educação Física pela UFMG)

      ONGs é a sigla para Organizações não Governamentais, que são instituições criadas sem ajuda ou vínculos com o governo, geralmente de fundo social e sem fins lucrativos. O surgimento dessas organizações deu-se pelo motivo da ineficiência dos Governos e do poder público em geral, para suprirem todas as necessidades da sociedade. Elas obtêm recursos através de financiamento dos governos, empresas privadas, venda de produtos e de doações da população em geral, além disso grande parte da mão de obra que atua nas ONGS é formada por voluntários.



      Estas organizações são caracterizadas por ações de solidariedade nas políticas públicas e atuam em diversas áreas como: meio ambiente, combate à pobreza, assistência social, educação, desenvolvimento sustentável e saúde. Esta última área receberá mais destaque neste texto.

      As ONGs no campo da saúde expressam uma nova construção social, que tem implicações nas políticas sociais e no fazer profissional. Elas sempre estiveram integradas aos movimentos de lutas sociais (como dos hansenianos, dos portadores de HIV-Aids e dos portadores de transtorno mental), sendo que historicamente se constituíram um dispositivo de novas práticas no campo da saúde estendendo inicialmente cuidados a grupos excluídos do atendimento do Estado ou de órgãos públicos. Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), esta atuação estendeu o direito à saúde a todo cidadão.



Existem três diferentes perfis de ONGs no campo da saúde:

1 - Centrado na situação de saúde: neste segmento estão demandas de pessoa com doenças “raras”, na maioria das vezes crônicas, com alto custo para aquisição de medicamentos. Uma das principais características é a luta social pelo acesso a medicamentos, além do enfrentamento do estigma e da discriminação pela sociedade. Exemplos desse perfil são organizações de familiares e portadores de diferentes doenças, como: HIV-Aids, transtorno mental, fibrose cística, hepatites, etc.

2 - Centrado na dinâmica hospitalar: neste, o foco das demandas será o suporte social dos usuários vinculados às instituições hospitalares. Caracteriza-se pela existência de uma parceira entre a ONG e o hospital na complementaridade das “lacunas” da política de saúde e da articulação com outras políticas sociais. A atenção é voltada para a pobreza na interface com a saúde, cuja ênfase é a materialidade no acesso a equipamentos, alimentação e medicamentos, para a manutenção do tratamento da saúde (que deveriam estar sendo fornecidos enquanto direito social).

3 - Centrado na prestação de serviços: neste grupo, a centralidade é na prestação de serviços na área da saúde (médica e odontológica) para pessoas oriundas de comunidade de baixa renda. A principal característica é que o trabalho é composto por profissionais voluntários, calcados em propostas de prevenção e promoção da saúde para população de baixa renda.

      Qualquer que seja o perfil das ONGs, sua importância é indiscutível não só no apoio ao paciente, mas como à sua família, à comunidade e aos serviços de saúde. Fica claro que o papel dessas organizações é aumentar o acesso de todos ao direito de saúde, seja por meio de políticas sociais de conscientização ou por atuação ativa na comunidade.

     Atualmente no país existem mais de 290,7 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos destas, 54,1 mil atuam nas áreas de saúde, educação, pesquisa e assistência social. No país existe uma Associação Brasileira de Organizações não Governamentais - ABONG, que articula movimentos sociais no Brasil como forma de fortalecimento dos sujeitos e das lutas em prol dos direitos humanos.





Referências:

RAMOS, S. O papel das ONGs na construção de políticas de saúde: a Aids, a saúde da mulher e a saúde mental, Ciência & Saúde Coletiva, 9(4):1067-1078, 2008.

MACHADO, S. G. O Serviço Social nas ONGs no campo da saúde: projetos societários em disputa, Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 102, p. 269-288, abr./jun. 2010.

Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais [Internet], [acesso em 13 Out 2013]. Disponível em: http://abong.org.br/ 

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