Pesquisar este blog

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Fitoterapia: riscos e danos hepáticos

Autor: Mastroiani Rodrigues Costa Araújo - Aluno da Faculdade de Medicina da UFMG

Muitas substâncias, como agrotóxicos, pesticidas, álcool e medicamentos de uso rotineiro, produzem lesões hepáticas. Algumas plantas também são responsáveis por danos hepáticos e muitas delas são usadas regularmente para fitoterapia e preparo de chás naturais.
Vários dos chamados fitoterápicos são utilizados por automedicação ou por prescrição médica e a maior parte não tem o seu perfil tóxico bem conhecido. O risco aumenta com a utilização de compostos contendo várias plantas, com a seleção inadequada da porção atóxica da mesma e pela contaminação química ou por micro-organismos em virtude do armazenamento inadequado. Outros fatores que contribui para maior risco são a não informação do paciente sobre o uso de plantas na consulta e o não reconhecimento pelos médicos dos eventos adversos associados com o uso de fitoterápicos.
O diagnóstico das hepatopatias provocadas por ervas é preponderantemente clínico e de difícil comprovação em virtude da ausência de manifestações clínicas e bioquímicas específicas, sendo necessária a exclusão de outras patologias hepáticas. A suspensão imediata do agente responsável é ainda a melhor opção terapêutica, devendo evitar-se a sua reintrodução ou mesmo a administração de substâncias com estruturas químicas semelhantes em virtude do risco de desencadear doença hepática grave, às vezes com evolução fatal.




A doença hepática induzida por produtos naturais varia desde assintomáticas com alterações das enzimas hepáticas até hepatites agudas ou crônicas, síndrome de obstrução sinusoidal e mesmo cirrose hepática e hepatite fulminante. Além disto, muitos produtos naturais podem interagir com medicamentos tradicionais, interferindo no seu metabolismo e modificando sua ação terapêutica ou exacerbando seus efeitos hepatotóxicos.




Algumas plantas comumente usadas causadoras de hepatotoxicidade são:

- Alcaloides da Pirrolizidína – As principais espécies implicadas são Heliotropiun, Senecio,  Crotalaria e Confrei.Tem potencial hepatotóxico bem conhecido, principalmente por produzir síndrome de obstrução sinusoidal. Em altas doses induzem doença hepática aguda com dor abdominal, hepatomegalia e ascite, icterícia também pode estar presente. Pode haver hepatite fulminante e em exposição prolongada desencadeia hepatites crônicas e cirrose. A mortalidade é alta, atingindo a 20 a 40% das pessoas expostas.

- Porangaba - (Cordia salicifolia) – Conhecida também como cafezinho, chá de mato, chá de bugre, chá de frade tem como constituinte a alantoína. É responsável por lesões tipo hepatocelular, com elevações discretas das aminotransferases.

- Chá Verde – (Camellia sinensis) – É uma das bebidas naturais mais consumidas no mundo, sendo utilizada como planta medicinal para várias situações. Alguns poucos casos de hepatite do tipo misto têm sido descritos com seu uso principalmente em mulheres. A lesão hepática do tipo hepatocelular, de evolução benigna, mas hepatite fulminante já foi descrita. Sua hepatotoxicidade praticamente inexiste, quando o chá é preparado na forma tradicional, utilizando-se água fervente ao contrário dos produtos industrializados que fornecem o chá nas preparações em cápsulas ou provocam seu preparo com  derivados hidroalcoólicos.

- Germander – Conhecida como erva cavalinha, é usada comumente para tratamento de dores abdominais, obesidade e como antipirética. Gera manifestações clínicas de hepatite, entre 3-18 semanas após início do seu uso, geralmente quando utilizada em doses superiores a 600mg/ dia. Utilização prolongada induz hepatite crônica e cirrose hepática. A desnutrição e a indução enzimática entre outros fatores favorecem a hepatotoxicidade.
 - Ervas Chinesas – As principais em uso no Brasil são:
•Jin Bu Huan – Usada como analgésica e sedativa, pode produzir hepatite aguda e recentemente foi descrito também o desenvolvimento de hepatite crônica pelo seu uso.
• Syo-Saiko-To – Usada como antipirética, tornou-se popular, ao ser utilizado em alguns países como tratamento alternativo da hepatite C, havendo relatos da diminuição da incidência do carcinoma hepatocelular com seu uso. No entanto pode haver agravamento da hepatite C. Hepatite aguda e crônica, fibrose hepática, esteatose e colestase têm sido relatadas com seu uso.
• Ma-huang – É relacionada com casos de hepatite aguda grave com manifestação colestática.

- Sacaca – (Croton cajucara benth) – Comum na Amazônia é usada popularmente para tratamento da obesidade e hipercolesterolemia, pode causar hepatite aguda, crônica e até mesmo fulminante.

- Kava-Kava – (Piper methysticum) – Vários relatos de hepatite aguda têm sido apresentados, alguns com evolução grave, evoluindo para transplante hepático e mesmo para morte.

- Sena (Cássia angustifólia) – Utilizada como laxante, foi responsabilizada por hepatite aguda em pessoas que usavam doses elevadas.

- Isabgol - (Plantago ovata) – Usado na constituição de muitos laxantes, tem sido relacionado como causador de hepatite aguda, com presença de fibrose e células gigantes na histologia hepática.

- Valeriana - (Valeriana offi cinallis) – Alguns casos de hepatite aguda têm sido relatadas com seu uso, inclusive com hepatite fulminante.

- Poejo - (Mentha pulegium) – Seu constituinte tóxico é a pulegona, pode produzir hepatite aguda e mesmo hepatite fulminante.

- Quelidônia-maior - (Chelidonium majus) – Muitos são os relatos de hepatotoxicidade com seu uso, principalmente hepatites colestáticas associadas a baixos títulos de autoanticorpos, sugerindo mecanismo de autoimunidade, manifestado após períodos variados da sua ingestão.

- Cáscara Sagrada - (Rhamnus purshiana) – É utilizada principalmente como erva laxativa. Tem sido implicada como causadora de hepatite colestática, mas também por lesão hepática mais importante, como hepatopatia crônica.

- Chaparral - (Larrea tridentata) – Tem sido usada para tratamento de resfriados comuns e ultimamente até para doenças mais sérias, como portadores do vírus HIV. Induz doença hepática aguda colestática. Também foi descrita evolução para cirrose hepática e hepatite fulminante com necessidade de transplante do fígado.

Dessa forma, é possível notar que um significante número de plantas e chás, ditos medicinais, e usados de maneira rotineira, como medicações alternativas, têm sido implicados como causadores de lesões hepáticas variadas. Deste modo, a investigação sistemática do uso de chás caseiros deve ser realizada na pesquisa diagnóstica de doenças hepáticas de difícil esclarecimento. A farmacovigilância dos  fitoterápicos deve ser realizada para identificar os efeitos indesejáveis desconhecidos, quantificar os riscos e identificar os fatores de riscos e mecanismos, padronizar termos, divulgar experiências, entre outros, permitindo seu uso seguro e eficaz.




REFERÊNCIAS:

SILVEIRA, P. F; BANDEIRA, M.A;DOURADO, P.S. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Revista Brasileira de Farmacognosia Brazilian Journal of Pharmacognosy 18: 618-626, Out./Dez. 2008.

SOUZA, A.F.M. Hepatotoxicidade por Chás. Rev Suplemento Hepatotoxicidade - Fev2011 - Normal. indd 22.

Portal da saúde. Programa nacional plantas medicinais e fitoterápicos. Acesso em 2013. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/plantas_medicinais.pdf

2 comentários:

  1. MEU PRÉ PROJETO, É COM ESSE TEMA! MAS ESTOU COM DIFICULDADES DE ENCONTRAR ARTIGOS ATUALIZADOS.

    ResponderExcluir
  2. Sou Richard, estou aqui para testemunhar sobre um grande fitoterapeuta que curou minha esposa de câncer de mama. O nome dele é Dr. Imoloa. Minha esposa passou por essa dor por 3 anos, quase gastei tudo o que tinha, até que vi alguns testemunhos online sobre como o Dr. Imoloa os curou de suas doenças, imediatamente entrei em contato com ele. então ele me disse as coisas necessárias a fazer antes de enviar o fitoterápico. Gostaria que ele fizesse através do serviço de correio da DHL, e ele nos instruiu sobre como aplicar ou beber o remédio por boas duas semanas. e para maior surpresa antes da terceira semana superior, minha esposa estava aliviada de todas as dores. Acredite, foi assim que minha esposa foi curada do câncer de mama por este grande homem. Ele também tem um poderoso remédio herbal para curar doenças como: doença de Alzheimer, doença de parkinson, câncer vaginal, epilepsia, distúrbios de ansiedade, doença autoimune, dor nas costas, entorse nas costas, transtorno bipolar, tumor cerebral, maligno, bruxismo, bulimia, doença do disco cervical, cardiovascular Doença, Neoplasias, doença respiratória crônica, transtorno mental e comportamental, Fibrose Cística, Hipertensão, Diabetes, Asma, Artrite autoimune inflamatória ed. doença renal crônica, doença articular inflamatória, impotência, espectro alcoólico feta, distúrbio distímico, eczema, tuberculose, síndrome da fadiga crônica, constipação, doença inflamatória intestinal, doença lúpica, úlcera na boca, câncer na boca, dores no corpo, febre, hepatite ABC, sífilis, diarreia, HIV/AIDS, doença de Huntington, acne nas costas, insuficiência renal crônica, doença de Addison, dor crônica, dor de Crohn, fibrose cística, fibromialgia, doença inflamatória intestinal, doença fúngica das unhas, doença de Lyme, doença celíaca, linfoma, depressão maior, maligno melanoma, Mania, Melorreostose, Doença de Ménière, Mucopolissacaridose, Esclerose múltipla, Distrofia muscular, Artrite reumatóide. Você pode contatá-lo por e-mail Via drimolaherbalmademedicine@gmail.com

    ResponderExcluir