Autores: André Figueiredo Maciel e Breno Afonso Couto Soares - Acadêmicos de Medicina pela Faculdade de Medicina da UFMG
A
hepatite B é uma doença infecciosa causada pelo vírus HBV, que tem predileção
por infectar os hepatócitos, as células do fígado. Essas células podem ser
agredidas pelo sistema de defesa do organismo, que na tentativa de combater o
vírus, causam um processo inflamatório. A hepatite B pode ser aguda ou crônica,
sendo que na forma crônica, o vírus permanece no organismo por mais de 6 meses.
Isso acontece somente de 5 a 10% dos adultos infectados, porém no caso de
crianças de até um ano a taxa de cronificação varia de 80 a 90% e em crianças
de até 6 anos esse risco é de cerca de 50%.
O vírus da hepatite B está presente
no sangue, sêmen, secreções vaginais ou outro fluido, como a saliva, de pessoas
infectadas. Logo, a sua transmissão pode ocorrer durante o parto, o
compartilhamento de agulhas ou seringas infectadas, através de ferimentos na
pele e por transfusões de sangue (processo raro desde que o sangue dos doadores
passou a ser analisado detalhadamente). As relações sexuais constituem outra
via importante de transmissão da hepatite B, considerada uma doença sexualmente
transmissível (DST), porque o vírus atinge concentrações
altas nas secreções sexuais.
Assim como em outras hepatites, as
pessoas podem não apresentar sintomas da doença, descobrindo que são portadoras
do vírus, em geral, através de exames de rotina. Quando há sintomas, podem
estar presentes febre, sangramento fácil, náusea, vômitos, dor abdominal, urina
escura, fezes claras e icterícia (cor amarelada na pele ou conjuntiva). O
diagnóstico é feito com base nos exames físico e de sangue.
Cerca de 30% da população mundial
tem evidencia sorológica de contato com o vírus, porém aproximadamente 350
milhões de portadores crônicos estão em circulação (5 % da população mundial).
Fato digno de nota é que mais de 600.000 mortes anuais são creditadas à
complicações da infecção pelo vírus HBV. No Brasil, estudo realizado entre 2005
e 2009 nas capitais estaduais indicou soroprevalência de 7,4% da população
entre 10 e 69 anos. Entre 1999 e 2011 foram notificados 120.343 novos casos
sendo que o sudeste e o sul obtiveram aos maiores índices de notificação
correspondendo a 36,3 e 31,6 % das notificações respectivamente.
O tratamento da hepatite aguda é
basicamente paliativo. Toma-se o cuidado de prover conforto e descanso ao
paciente além de manter uma alimentação e hidratação adequada para repor
quaisquer alterações hidroeletrolíticas decorrentes de vômitos e diarreia. O
organismo se encarrega de eliminar a doença aguda. A hepatite crônica, por
outro lado, já possui abordagem medicamentosa do tratamento. São usados
Interferon-alfa e agentes antivirais que podem reduzir a replicação e carga
viral e diminuir a velocidade de progressão de doenças consequentes como
cirrose e câncer hepatocelular. Importante citar que o alto custo do tratamento
dificulta o acesso ao mesmo em sistemas
de alta burocracia e com limitações de recursos. Além disso, a eficácia do
tratamento é variável entre as diferentes pessoas.
Da dificuldade do tratamento decorre
a importância da prevenção. A vacinação tem papel fundamental nesse caso,
atualmente é distribuída pelo SUS a pacientes de até 30 anos ou pertencer a
grupos de risco (ocupacional, hábitos sexuais, gestantes). é importante se
conscientizar que a Hepatite B é uma doença sexualmente transmissível e é
fundamental o uso de preservativo na relações sexuais para se proteger tanto da
hepatite quanto outras doenças como AIDS, Sífilis, dentre outras. Além disso, é
importante tomar medidas de proteção contra contato de material com sangue
contaminado, evitando reutilização de seringas, evitar compartilhamento de
material contendo secreção de paciente contaminado e analise critica de bancos
de sangue.
Referencias:
<http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs204/en/>
<http://www.who.int/vaccine_research/proposals/global_prevalence_hepB/en/>
<http://www.aids.gov.br/pagina/hepatites-virais-em-numeros>
Acessos feitos em 10/10/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário