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sábado, 7 de dezembro de 2013

Hepatite B

Autores: André Figueiredo Maciel e Breno Afonso Couto Soares - Acadêmicos de Medicina pela Faculdade de Medicina da UFMG
       
        A hepatite B é uma doença infecciosa causada pelo vírus HBV, que tem predileção por infectar os hepatócitos, as células do fígado. Essas células podem ser agredidas pelo sistema de defesa do organismo, que na tentativa de combater o vírus, causam um processo inflamatório. A hepatite B pode ser aguda ou crônica, sendo que na forma crônica, o vírus permanece no organismo por mais de 6 meses. Isso acontece somente de 5 a 10% dos adultos infectados, porém no caso de crianças de até um ano a taxa de cronificação varia de 80 a 90% e em crianças de até 6 anos esse risco é de cerca de 50%.
            O vírus da hepatite B está presente no sangue, sêmen, secreções vaginais ou outro fluido, como a saliva, de pessoas infectadas. Logo, a sua transmissão pode ocorrer durante o parto, o compartilhamento de agulhas ou seringas infectadas, através de ferimentos na pele e por transfusões de sangue (processo raro desde que o sangue dos doadores passou a ser analisado detalhadamente). As relações sexuais constituem outra via importante de transmissão da hepatite B, considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), porque o vírus atinge concentrações altas nas secreções sexuais.
            Assim como em outras hepatites, as pessoas podem não apresentar sintomas da doença, descobrindo que são portadoras do vírus, em geral, através de exames de rotina. Quando há sintomas, podem estar presentes febre, sangramento fácil, náusea, vômitos, dor abdominal, urina escura, fezes claras e icterícia (cor amarelada na pele ou conjuntiva). O diagnóstico é feito com base nos exames físico e de sangue.
            Cerca de 30% da população mundial tem evidencia sorológica de contato com o vírus, porém aproximadamente 350 milhões de portadores crônicos estão em circulação (5 % da população mundial). Fato digno de nota é que mais de 600.000 mortes anuais são creditadas à complicações da infecção pelo vírus HBV. No Brasil, estudo realizado entre 2005 e 2009 nas capitais estaduais indicou soroprevalência de 7,4% da população entre 10 e 69 anos. Entre 1999 e 2011 foram notificados 120.343 novos casos sendo que o sudeste e o sul obtiveram aos maiores índices de notificação correspondendo a 36,3 e 31,6 % das notificações respectivamente.
            O tratamento da hepatite aguda é basicamente paliativo. Toma-se o cuidado de prover conforto e descanso ao paciente além de manter uma alimentação e hidratação adequada para repor quaisquer alterações hidroeletrolíticas decorrentes de vômitos e diarreia. O organismo se encarrega de eliminar a doença aguda. A hepatite crônica, por outro lado, já possui abordagem medicamentosa do tratamento. São usados Interferon-alfa e agentes antivirais que podem reduzir a replicação e carga viral e diminuir a velocidade de progressão de doenças consequentes como cirrose e câncer hepatocelular. Importante citar que o alto custo do tratamento dificulta o acesso ao mesmo em  sistemas de alta burocracia e com limitações de recursos. Além disso, a eficácia do tratamento é variável entre as diferentes pessoas.
            Da dificuldade do tratamento decorre a importância da prevenção. A vacinação tem papel fundamental nesse caso, atualmente é distribuída pelo SUS a pacientes de até 30 anos ou pertencer a grupos de risco (ocupacional, hábitos sexuais, gestantes). é importante se conscientizar que a Hepatite B é uma doença sexualmente transmissível e é fundamental o uso de preservativo na relações sexuais para se proteger tanto da hepatite quanto outras doenças como AIDS, Sífilis, dentre outras. Além disso, é importante tomar medidas de proteção contra contato de material com sangue contaminado, evitando reutilização de seringas, evitar compartilhamento de material contendo secreção de paciente contaminado e analise critica de bancos de sangue.


Referencias:
<http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs204/en/>
<http://www.who.int/vaccine_research/proposals/global_prevalence_hepB/en/>
<http://www.aids.gov.br/pagina/hepatites-virais-em-numeros>

Acessos feitos em 10/10/2013

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