Autores: Carlos Eduardo Melo e Anderson
Santos da Rocha
Um
dos maiores desafios para a saúde nos dias atuais é a hepatite C crônica, por,
infelizmente, representar uma doença na qual a terapia não é eficaz, de alto
custo e apresenta toxicidade considerável. Estima-se que 3milhões de
brasileiros estejam contaminados pelo HCV, sendo relevante o número de pessoas
que desconhece o fato de albergar o vírus.
O
desenvolvimento de tratamentos mais efetivos e custo-efetivo comprova a importância
para pacientes reincidentes à infecção. Quando possível o tratamento – em casos
avançados de hepatite C o tratamento é ineficaz – melhora o fígado do
individuo, diminuindo a lesão inflamatória e a necessidade de um transplante,
ou o risco de uma cirrose mais avançada.
Em 2013 o
tratamento consistia na administração do Interferon Peguilato e da Ribavirina, até dois novos medicamentos contra hepatite C
serem incluídos no Sistema Único de Saúde (SUS). Eles são o Telaprevir
(Incivo®) e o Boceprevir (Victrelis®), que têm uma
taxa de eficácia de 80% − o dobro do sucesso obtido com a estratégia antes
utilizada. Ambos os medicamentos devem ser administradas em esquema triplo, em
associação com os medicamentos já existentes.
No
Brasil, 89% dos casos são causados pelo vírus de genótipo 1, que é justamente o
vírus que tem a menor resposta aos tratamentos disponíveis até agora. Dessa
forma, os pacientes infectados pelos vírus de genótipo diferentes (genótipos 2
a 5) não poderão ser beneficiados por essa nova medicação. Os dois novos remédios
que o SUS disponibiliza aumentam a eficácia do tratamento em mais de 90%, além
de diminuir o tempo de duração do tratamento. É importante frisar que eles
não substituem os antigos remédios, mas precisam ser usados conjuntamente.
Esses
dois medicamentos são inibidores de proteases e apresentam muitos efeitos
colaterais. O Bocevir (Victrelis®) é um remédio de administração oral, as
reações adversas incluem fadiga, anemia, náuseas e diminuição do paladar. O
Telaprevir tem como reações adversas a anemia, exantema (reações cutâneas),
náuseas, prurido e diarreias. Apesar dos fortes efeitos colaterais essas drogas
oferecerão aos pacientes muito mais oportunidades de cura.
Dessa forma, a inclusão desses medicamentos surge como
uma nova opção de tratamento de pacientes com Hepatite C com fibrose e cirrose
avançadas, proporcionando maior eficácia e, assim, diminuindo o risco de falha
terapêutica. Mas os avanços no
tratamento não param por aí, novos medicamentos com promissores benefícios aos
pacientes dos 5 genótipos virais estão em fase de final de estudo, o que
encaminha o tratamento a ótimas expectativas de resultados.
Olá
ResponderExcluirEsses novos medicamentos terão eficacia para cirróticos crônicos?