Autores: Geísa Felicíssimo e Júlia Petrocchi.
Acadêmicas do 8º período de Medicina na UFMG, integrantes
da Liga Acadêmica de Hepatites (LAHEP) na respectiva faculdade.
Paralelo a esse tubo existem glândulas anexas que são auxiliares ao processo de digestão. Essas glândulas são as glândulas salivares (submandibulares, sublinguais, parótidas), o fígado e o pâncreas.
O fígado é a
maior glândula anexa que existe no corpo. É um órgão anexo do sistema
digestório, responsável pela produção da bile (substância que emulsiona
gorduras). É considerado a maior glândula mista do corpo humano (possuidor de
uma porção endócrina e outra exócrina) e libera secreções em sistemas de canais
para superfície externa e também para o sangue e vasos linfáticos.
Localiza-se na
parte superior direita do abdome, logo abaixo do diafragma, região denominada
de hipocôndrio direito. Tem formato de
prisma, com coloração vermelho-escuro tendendo ao marrom arroxeado.
Grande parte
do sangue do trato digestório, rico em nutrientes, chega ao fígado para ser
filtrado, metabolizado e, em seguida, distribuído para o restante do organismo.
Como se pode
imaginar, órgão tão importante desempenha dezenas de funções fundamentais para
o funcionamento do organismo, como metabolismo e síntese de diversas
substâncias, armazenagem de outras e filtração e armazenamento do próprio
sangue.
O fígado é responsável
principalmente pelo metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. No que
se refere ao metabolismo de carboidratos, controlado por fatores
extra-hepáticos, o fígado ajuda a manter constante a concentração de glicose
plasmática, mediante armazenagem de grande quantidade de glicogênio e através
da gliconeogênese, que é a formação de glicose a partir de aminoácidos e
glicerol. Ainda nos hepatócitos, galactose e frutose são convertidas em
glicose.
Em relação ao
metabolismo de lipídios, o fígado produz grandes quantidades de colesterol e
fosfolípides, integrantes de diversas estruturas celulares, além de sintetizar
lipoproteínas, que transportarão os lipídios no sangue para diferentes órgãos.
80% do colesterol produzido no fígado é destinado à formação de sais biliares
que serão secretados na bile. O fígado atua, ainda, na oxidação de ácidos
graxos e na síntese de lipídios a partir de carboidratos e proteínas.
Falando em
proteínas, toda sua produção é, essencialmente, realizada no fígado, com
exceção das gamaglobulinas sintetizadas pelos plasmócitos. Nos hepatócitos,
através de diversas reações bioquímicas, acontece a interconversão de
aminoácidos e síntese dos chamados aminoácidos não-essenciais. Importante,
também, é a desaminação dos aminoácidos, que poderão ser usados na síntese de
carboidratos e de lipídios ou como fonte de energia. A amônia, resultante da
desaminação e do metabolismo de outras substâncias no organismo, ao chegarem no
fígado são convertidas em ureia, evitando a intoxicação do organismo.
No fígado é,
também, sintetizada a bile, uma secreção rica em ácidos biliares, colesterol,
íons sódio e bicarbonato, que ajuda a transformar grandes partículas de gordura
em partículas muito menores e absorvíveis.
Ainda
relacionado à função de síntese, diversas substâncias que atuam no processo de
coagulação são produzidas no fígado. A saber: fibrinogênio, protrombina, fatores
V e VII, dentre outros. O fígado sintetiza, também, hormônios como a
triiodotironina (T3 ), IGF-I, angiotensinogênio, além de ser
responsável pela hidroxilação inicial da vitamina D e por modificar
quimicamente hormônios esteroides, como o cortisol e o estrógeno.
É responsável,
também, pela conjugação da bilirrubina e armazenagem, na forma de ferritina, do
ferro em excesso organismo. Armazena, também, cobre e vitaminas, como a A, D,
E, K, B9 e B12.
Uma outra
função hepática é filtrar diversas drogas e excretá-las na bile. São exemplos a
penicilina, ampicilina, eritromicina e sulfoniuréias. Do mesmo modo, altera
quimicamente diversas drogas, transformando-as em metabolitos ativos ou
inativos.
O fígado faz
parte do sistema reticuloendotelial, atuando na defesa do organismo e ajudando
a remover imunocomplexos.
Se o fígado não
foi capaz de exercer alguma dessas funções ou exercê-las de maneira inadequada,
ocorrem patologias de repercussão sistêmica. As principais enfermidades que
acometem o fígado são denominadas doenças hepáticas. São elas: as hepatites, as
fibroses hepáticas, as doenças provocadas por alcoolismo (cirrose), as doenças
tóxicas hepáticas, as insuficiências hepáticas, o câncer de fígado, dentre
outras doenças.
Referências:
- MOORE, Keith L. Anatomia Orientada para a Clínica/Keith
L. Moore et al . RJ. Guanabara Koogan,2007.
- GUYTON AC, HALL JE. Tratado de Fisiologa Médica. 11ª Ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006. 861-63.
- http://medicina-anatomiahumana.blogspot.com.br/2008/12/fgado.html
(acesso em 14/10/2013).
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