Autores: Bárbara Theobaldo e Pedro Drummond Lima, acadêmicos do 2º período de Medicina pela FM-UMFG.
Transmissão e epidemiologia
A hepatite A
é uma doença infecciosa causada por vírus de RNA e de distribuição universal,
frequente em áreas com más condições sanitárias de higiene. Em países
subdesenvolvidos acomete mais crianças e adultos jovens ao passo que em países
desenvolvidos acomete mais adultos. De curso geralmente benigno, apresenta-se
apenas na forma aguda e raramente tem curso fulminante.
Sua forma de
transmissão é por meio da contaminação direta de pessoa para pessoa por via
oro-fecal ou pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados pelo vírus,
sendo altamente contagiosa. A mortalidade e a letalidade dessa doença são
baixas, sendo que a última aumenta com a idade. Há maior prevalência em
crianças menores de 10 anos.
O vírus da
hepatite A pode sobreviver por até 4 horas na pele das mãos e dos dedos. Ele
também é extremamente resistente à degradação provocada por mudanças
ambientais, o que favorece sua disseminação, e chega a resistir durante
anos a temperaturas de até 20ºC negativos. Seu período de incubação nas células
do fígado humano é de 2 a 6 semanas e apenas 10% dos infectados são
sintomáticos.
Além de levar em conta os sintomas, o
diagnóstico da hepatite A é feito por meio da detecção de anticorpos contra o
vírus VHA no sangue ou pela presença de seus fragmentos nas fezes.
Sintomas
A hepatite A pode ser sintomática ou
assintomática. Durante o período de incubação, que leva em média de duas a seis
semanas, os sintomas não se manifestam, mas a pessoa infectada já é capaz de
transmitir o vírus. Apenas uma minoria apresenta os sintomas clássicos da
infecção: febre, dores musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas e
vômito. Icterícia, fezes amarelo-esbranquiçadas e urina com cor semelhante à da
coca-cola são outros sinais possíveis da enfermidade.
No entanto, muitas vezes, os sintomas
são tão vagos que podem ser confundidos com os de uma virose qualquer. O
paciente continua levando vida normal e nem percebe que teve hepatite A.
Vacinas
Há duas vacinas contra a hepatite A. Uma
deve ser aplicada em duas doses com intervalo de seis meses; a outra, em três
doses distribuídas também nesses seis meses. A vacina contra a hepatite A não
faz parte do Programa Oficial de Vacinação oferecido pelo Ministério da Saúde,
mas deve ser administrada a partir do primeiro ano de vida, porque sua eficácia
é menor abaixo dessa faixa etária. Pessoas que pertencem ao grupo de risco ou
que residem na mesma casa que o paciente infectado também devem ser vacinadas.
Tratamento
Não existe tratamento especifico contra
a hepatite A, nem embasamento terapêutico para recomendar repouso absoluto. Na
vigência dos sintomas, porém, o próprio paciente se impõe repouso relativo.
Pessoas que vivem no mesmo domicílio que o paciente infectado ou que estão em
más condições de saúde podem receber imunoglobulina policlonal para protegê-las
contra a infecção. É absolutamente fundamental que o consumo de álcool seja
abolido até pelo menos três meses depois que as enzimas hepáticas voltaram ao
normal.
Independente
das recomendações aqui propostas, o paciente deve sempre procurar o médico e
seguir o que lhe for indicado, pois este é o profissional mais adequado para
decidir o tratamento do indivíduo.